sexta-feira, 17 de julho de 2009

Análise da Identidade em Sites Sociais(1)

No fórum de discussão sobre as análises realizadas pelos diferentes grupos, tive a oportunidade de fazer esta intervenção que creio constituir uma síntese das conclusões apresentadas nos trabalhos de grupo. Não é no entanto exaustiva no enumerar das observações realizadas nos sites analisados. Os aspectos focados foram: aspecto gráfico do site, identificação do autor, número de amigos e comentários, fotografias e leituras. Este último aspecto foi referido em resposta a uma intervenção de um colega, no sentido de realçar que o facto de os jovens não revelarem leituras não significa necessariamente que não as façam. Mas constata-se que este aspecto da leitura não faz parte dos temas de conversação ou de comunicação dos sites sociais analisados. As causas desta ausência deviam ser investigadas para se poderem tirar conclusões, nomeadamente no que se relaciona com a natureza e função das redes sociais e da evolução dos hábitos de leitura dos jovens.
As análises apresentadas neste fórum foram, na grande maioria, coincidentes na apresentação de marcas identitárias que os jovens imprimem nos seus sites. Penso que na totalidade das participações foram apresentados argumentos que revelavam compreensão das motivações dos jovens e das causas que sustentam as suas participações em sites sociais. Este é um ponto essencial. Um aspecto que não refiro nesta apresentação e que abordarei noutro post é a questão da segurança dos jovens na Internet. Este é um ponto onde, mais do que extremar de posições ou a dramatização excessiva, o equilíbrio é essencial.

--------------------------------------------------------------------------------
O que dizer quando tudo já foi dito? sorriso Concordo com a análise aqui feita pelo Rui. Acrescento ou reforço alguns pontos que também considerei recorrentes nos sites analisados.

Aspecto gráfico - Os jovens dão valor ao aspecto gráfico das suas páginas, como sendo um elemento de valorização pessoal e, portanto, uma marca identitária. Um facto que reforça este aspecto são os comentários existentes que elogiam as opções estéticas de cada um.

Identificação - Os sites analisados pelos diferentes grupos, na sua maioria, revelam a identidade dos seus autores. Por facilidade de acesso da nossa parte, os sites escolhidos têm os perfis acessíveis a todos. A localização geográfica é, na maioria dos casos, revelada.

Amigos/comentários - Foi confirmado, nomeadamente pelo grupo Heavy Metal, que o número de amigos quando elevado, pode não revelar popularidade. Por vezes, encontramos jovens com menor número de amigos mas com mais comentários às suas páginas, o que revela, este sim, maior envolvimento (ou aceitação) com os amigos presentes na rede social.
Como mera curiosidade, posso revelar o facto de eu ter criado uma página no Hi5, para poder visitar algumas páginas de alunos da minha escola, para este trabalho. Alguns alunos pediram-me amizade, que aceitei. Passado uma semana tinha quatro amigos no Hi5.(!) Quando referi este facto, respondendo a um aluno, numa turma, ouvi risos e comentários negativos, curiosamente por parte dos rapazes ("Só 4 amigos?!"). Os comentários que relativizavam este facto vinham predominantemente das raparigas ("Oh! Isso não quer dizer nada!").

Fotografias - Este é um aspecto muito importante na utilização que os jovens fazem dos sites sociais. Os sites disponibilizam recursos que facilitam a colocação de fotografias. Os jovens mostram fotografias onde se apresentam ou apresentam amigos, familiares (como irmãos e primos). Muito raramente apresentam os pais, o que pode ser um dado significativo, relacionado com a construção de identidade. Uma marca pessoal muito revelada está relacionada com o facto de os jovens apresentarem fotografias com enquadramentos cuidados e com preocupações estéticas (como revela o Rui), de certa forma, reveladores de uma preocupação em ser diferente ou irreverente.

Leituras - O facto de os alunos não revelarem lerem livros nos sites, só por si, não revela que os jovens (dos sites analisados) não lêem livros. Sabemos apenas que os jovens não revelam essa informação. Para um estudo sobre este aspecto seria mais apropriada a metodologia usada por Stern (2008).

[] Paulo

Sem comentários:

Enviar um comentário